domingo, 22 de novembro de 2009

Palavras sem asas

Suspenso no parapeito
à janela do meu quarto
dispo-me sob o vento...

Entardecer envenenado
por pedaços de sentires que queimam
Como beijos desejados... suspensos
...na caricia do vento

Nu, despido de poeiras,
aguardo-te no suspense
da queda de cada folha...

Solta-se a brisa
Num gemido eloquente
Desprendem-se palavras... juras

Abandono-me ao horizonte
em tons amarelo outonais
sob o fogo que crepita...

Fagulhas... ardentes
valsando ao som da chuva
Fundindo-se em perfeita harmonia

Estendo os meus braços,
como ramos desfolhados,
ao desejo da comunhão...

Viajo no tempo
Que se queda adormecido
No silêncio frio
Quebrado em ondas mudas

Enlaço-te no tronco
totalmente desnudo
...quedo-me em ti...

Faz-me foz do teu mar
Dá-me quietude... dá-me calma
Abandonta-te... revela-te
Dá voz às minhas palavras

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