segunda-feira, 16 de agosto de 2010

memória que sei de cor



o desejo é um incêndio a lavrar em cada traço do corpo onde tatuas a fogo cada carícia ao voluptuoso toque da pele dos teus dedos

(Coquin)


dos meus dedos soltam-se carícias em notas profanas

dos nossos corpos escorre o desejo

com sabor a mel

cor ambre


(Coquinne)


sorvo o néctar à fonte dos teus seios e navego nas águas em chama à tua pele morena


(Coquin)


diluo-me no teu corpo

como por magia

inventamos uma formula secreta

como guerreiros, magos

abrimos portas do nosso universo

com carícias trémulas


(Coquinne)


somos tempestade de água doce em mar alto somos gemido em furacão somos magma em erupção


(Coquin)


somos memórias de muitas luas

traçadas com brisas

desenhos tremidos ao amanhecer

somos a imensidão do tempo e da alma


(Coquinne)



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Prenúncio dum olhar



No despontar da madrugada
Soltam-se momentos oxidados
Tecidos a cristal
Viajamos no tempo sem tempo...
Entregamo-Nos no tempo e no espaço
Descobrimos mundos... forçamos a entrada
Ao sabor de ventos e marés
Regados de lágrimas e risos silenciosos
Desenhamos esboços gravados numa tela com cor de marfim
Aromatizado pelo acaso
Erguemos sonhos que fazemos Nossos
Inventamos a poesia...
Fantasiamos no negro da noite
Ateamos fogos no despontar de olhares
Lavramos promessas nos ventos do norte

(Coquinne)


anoitece e vejo-nos num sorriso cúmplice sob o luar, em que as palavras nem precisam existir. bebemos o silêncio à harmonia do momento e a felicidade é um rio que se escreve ao teu olhar.

(Coquin)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Memórias dos Sentidos


Sou errante...
Na forma como te sinto... como te procuro
Sinto a alma vazia... o corpo esventrado
Pela tua ausência
Teu perfume impregnado na minha pele...
Desassossega-me...
Em meu corpo escorrem teus dedos
No meu ventre tatuaste a fogo cada trilho onde teus lábios se
aventuraram
Serás marca no meu corpo...
...palavras proibidas
Serei... serena como um lago
Ou talvez...
Mar revolto....

(Coquinne)


uma esplanada.
repuxos aos chafarizes.

[água

foge-se do sol para a sombra,
atravessa-se a corrente para o ruído.

água]

pudesse agora beber o mar no teu olhar
e o silêncio às linhas das tuas mãos

tudo faria sentido.

(Coquin)

Singela Homenagem


"Se há coisa que eu costumo dizer é: aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento, agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer."


É com um sorriso que bebemos esta tua mensagem, António. Ver-te partir deixa-nos triste, ainda tinhas tanto para nos ensinar com a tua entrega. Obrigado pela tua constante dádiva da vida em cima do palco.
Não deixemos que o brilho do nosso olhar se apague... que a vida nos escorra entre os dedos. Façamos de cada dia um desafio delicioso, sem pensar nos constrangimentos ou dificuldades que se nos deparam.

Um aplauso sentido a António feio!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Marulhar do silêncio



Mundos que colidem no silêncio

Na cumplicidade do olhar, cheio de fantasias por concretizar

Na alma geme o desejo de confessar a plenitude da tela, tecida a cor de marfim que se estende à nossa frente.

O sol, tímido e cansado da sua longa jornada, lambe as águas cristalinas, temperadas a sal, numa gota de orvalho.

Presenciamos a mais bela das telas, dedos entrelaçados. Nesse momento as nossas sombras fundiram-se... prendes-me nos teus lábios, beijas-me com poesia. Somos bailado, poesia, corpos despidos de ausências imprimidos de segredos, que se revelam na pureza de uma lágrima...

(Coquinne)



O mar abria uma estrada em chamas rumo ao teu olhar que me sussurrava a língua do amor e os teus dedos traçavam um poema-fogo sobre a minha pele na direcção do peito. O coração a transbordar como ondas a rebentar contras as rochas da falésia e uma gaivota a beijar o céu azul-laranja. As areias do tempo eclipsam-se quando os teus lábios desenham o mais perfeito dos sorrisos.

(Coquin)

domingo, 25 de julho de 2010

Desenhado a carvão


O dia amanheceu com um brilho intenso, despertamos com borboletas no estômago, partíamos à descoberta da cidade dos amantes. Começamos pela Quinta da Regaleira, um paraíso, onde cada milímetro despertou os nossos sentidos.


Perdidos em cada recanto, tudo transpirava magia, as fontes, as passagens secretas... dois corpos que se encontram finalmente, num universo mágico, descobrindo um dos nossos cantinhos, tantas vezes visitado na cumplicidade que nos une. Uma viagem planeada e vivida vezes sem conta. Não é o tempo que se leva a concretizar... mas a intensidade com que se vive esse momento e se partilha.


Curiosamente ouvíamos as confissões dos amantes que selaram o seu Amor, num sorriso, num olhar que dispensava palavras, apenas um bater descompassado sublinhava sentimentos à flor da pele. Quantos Amores proibidos se entregaram entre o mar e a serra, envolvidos na bruma.


Não há fotografia que consiga captar a felicidade destes momentos, porque residem na cútis, no respirar, no dedilhar de pequenos pormenores que só quem ama sabe ler... somos resultado das nossas aventuras e de vivencias, aqui vivi momentos únicos pela simplicidade, mas enormes de odores e sentires. Aproveito para frisar que cada deus nos olhava com um ar... de quem se babava de impotência por ser prisioneiro de um corpo de pedra, mas com um coração que vive o amor de todos os que por ali passam.



Os raios de sol beijavam o verde das plantas e eu bebia a luz do teu sorriso, fonte do amor. Esquecemos o mapa e fomos à aventura ao ritmo do coração que acelerava no peito a cada passo traçado, ao sabor da descoberta e da partilha no entrelaçar das mãos, no humedecer dos lábios a cada beijo. Abraçava a fusão da tua beleza com a flora envolvente e sustinha a respiração à sedução do teu olhar a cada registo fotográfico. Como uma criança de brilhozinho nos olhos ao descobrir o mundo, assim vivia a aventura deste momento único ao teu lado. O amor é um milagre.

Aos nossos visitantes e atentos leitores queremos manifestar um sincero pedido de desculpas pela longa ausência do doce veneno dos amantes. Há momentos em que nos devemos afastar para vivermos novas experiências, sentir o sentido de cada palavra que desenhamos, recuperar fôlego destes momentos que partilhamos com cada um de vós.