domingo, 1 de março de 2009

Eco dos Deuses

(Coquin)


Atenas…

No presente inalam-se

reminiscências do passado…

Assombra-me esta imortalidade

transcendente dos templos da Acrópole…

morada eterna das divindades do Olimpo…


Aporta-me a sabedoria na frondosa oliveira,

ressoam os ecos do poema épico de Homero…

A virginal Atena assoma rainha no emanar

inteligente e poderoso do canto da coruja…


Reluz prateada no céu a primeira estrela,

banhando-se na volúpia das águas do lago…

Sob o olhar lânguido do cisne, sua essência,

Afrodite chora a crueldade do amor perdido…


Acompanhada das suas ninfas, surge Ártemis,
ostentando a fronte ornada de um crescente…

A mais pura e cândida das deusas oferta-me

(no hausto divino do cálice sagrado de absinto)

a fonte inesgotável da inspiração dos artistas…


Desperto embriagado…
…na serena luz do alvorecer…
Acolhe-me o almejado leito…
…o ventre da Musa encantada...



(Coquinne)


Ofereces-me teus lábios trémulos

...cor de coral, sabor adocicado


Dual desejo, apressado galga o tempo

...entorpecendo os corpos


Sussurros sufocados, carência de Ti

moldam-se os corpos em carícias cósmicas

...deixando eco em cada poro


Sou tumulto do teu mar

...navegante intemporal no azul da quimera


Comunhão de corpos

...completamente ébrios

bebemos a loucura do sacrilégio


Viajamos nos confins do universo

...onde nada é proibido

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