(Coquin)
Atenas…
No presente inalam-se
reminiscências do passado…
Assombra-me esta imortalidade
transcendente dos templos da Acrópole…
morada eterna das divindades do Olimpo…
Aporta-me a sabedoria na frondosa oliveira,
ressoam os ecos do poema épico de Homero…
A virginal Atena assoma rainha no emanar
inteligente e poderoso do canto da coruja…
Reluz prateada no céu a primeira estrela,
banhando-se na volúpia das águas do lago…
Sob o olhar lânguido do cisne, sua essência,
Afrodite chora a crueldade do amor perdido…
Acompanhada das suas ninfas, surge Ártemis,
ostentando a fronte ornada de um crescente…
A mais pura e cândida das deusas oferta-me
(no hausto divino do cálice sagrado de absinto)
a fonte inesgotável da inspiração dos artistas…
Desperto embriagado…
…na serena luz do alvorecer…
Acolhe-me o almejado leito…
…o ventre da Musa encantada...
(Coquinne)
Ofereces-me teus lábios trémulos
...cor de coral, sabor adocicado
Dual desejo, apressado galga o tempo
...entorpecendo os corpos
Sussurros sufocados, carência de Ti
moldam-se os corpos em carícias cósmicas
...deixando eco em cada poro
Sou tumulto do teu mar
...navegante intemporal no azul da quimera
Comunhão de corpos
...completamente ébrios
bebemos a loucura do sacrilégio
Viajamos nos confins do universo
...onde nada é proibido
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