sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Entre os deuses e sirius

(Coquin)

Aspira…
…a substância aromática
no silêncio do anoitecer…

Contempla a abóbada celestial…
…escuta o regozijo das estrelas…

Sirius ostenta o fulgurante brilho
sobre a ténue linha da incandescente
lua que ruma ao quarto crescente…

Ressoam murmúrios perpétuos…
…eternas reminiscências dos amantes…


(Coquinne)

Do alto do cume, rendo-me á pulcritude
Imensurável momento
Olhar fixo nos céus
Toco o oráculo dos deuses

Chega até mim uma voz angelical
Abre-se a porta dos tempos ancestrais
Artemis convida-me a entrar
Fendo-me no paraíso dos titãs
…no Olimpo
(sob protecção de Artemis)
Tomo lugar...no concelho dos deuses

Dioniso oferta-me a taça da
hospitalidade
Alegria de viver
(como eu, um simples mortal)
O néctar refrigério, cálice da paz

Poseidon, na sua magnificência
Confia-me a chave dos seus mistérios
Mares e terramotos
Sou guardiã de vastos segredos

Afrodite fustiga os deuses
Tentação voluptuosa
Amante cobiçada
Oblata o pudor da beleza
Arma letal, leito de tantas guerras
Na bandeja...deixa magmático 'Amor'
Cratera incandescente
...felino pulsar descontrolado
Fonte de vida...de sacrilégios

Apolo o magnânimo
O deslumbrante... ostentoso
Presenteia-nos, com harpas melodiosas
Na indulgência intemporal
...dos tempos, lega-nos o rei sol

No olhar cruel de Ares
Vi ódio, desentenda
Bárbaro feroz...ávido de sangue
Abutre sanguinário...rei da guerra
Transmuta-nos em infames seres

Na sua imortalidade...e egotismo
Os deuses desprezaram o tempo...
Débil diáfana.
…camuflada no dançar dos ponteiros
Amência dos simples mortais
Tempo...orla do ingénuo mortal
Cascata...de ápices momentos

1 comentário:

  1. "Não houve até hoje grande poeta que não fosse, ao mesmo tempo, profundo filósofo."
    (Samuel Taylor Coleridge)


    Poetas...as vossas palavras são filosofia de vida, intensa, nem Ades conseguirá interromper...

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