domingo, 15 de fevereiro de 2009

Promessa Silenciosa

(Coquin)

Horas tortuosas estas em
que escorre penosamente
cada milimétrico segundo…

Vagueio erradamente,
tentando driblar estes
intermináveis minutos…

Neste cais de embarque
espero a adiada partida
no suspiro inesgotável
da tão ansiada chegada…

…até Ti, até Nós…

Neste momento em que
Te cinzelo estas letras
está mais próximo o
aclamado momento…


(Coquinne)

Escrevo no azul do céu, com lápis de tristeza
Palavras desenhadas, cor melancolia
Com travo a lágrimas salgadas
Sorrindo desânimos e angústias

Triste palavra lusitana a da 'saudade’?
Que destroça a alma
Mortifica o corpo
Cristaliza os sentimentos, como fogo

Resta a pele desnuda
...a ferida exposta
Chagas profundas
...escarlate dos meus pedaços

Quero calar a voz da saudade
Envolvê-la num papel de cetim
Selar com beijo de carmim
Soltá-la na brisa do querer

Hoje quero...
Adormecer em lençóis bruma
No teu corpo maré
Tendo como chão o céu, nosso cenário
Fazendo de cada poema, nossa odisseia

Não te oferto o firmamento
...tão pouco cometas
Prometo-te a serenidade de cada dia
A eternidade, de cada segundo

Gestos e palavras...
…no fecundar de um olhar melífluo
Afagar-te no calor
...que me aquece a alma

São promessas silenciosas... em jeito de oração

1 comentário:

  1. Promessas, orações, saudade...
    que poema sedutor com travo de tristeza...

    A saudade dói tanto...


    beijo

    breizh

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