quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Becos Vazios


(Coquin)

Desnuda-se gelada esta madrugada,
na imensidão vazia do leito que me espera…
Despido de sentido aporto este corpo despojado
do calor que emana essa tua silhueta esbelta…

Inalo o odor destes lençóis de flanela
que me envolvem nesta redoma de solidão,
na esperança de conseguir destilar o subtil aroma
que a tua pele de veludo graciosamente irradia…

Prisioneiro do tempo que verte lento
no ténue fio dessa miserável ampulheta…
Clamo humildemente em silenciosos bramidos
que me resgates desta insuportável escuridão…


(Coquinne)


Esbarro nas madrugadas
Vagueio no abismo do vazio
Sou rochedo desgastado…
Corpo imune á vida
Penedo esculpido
Pela violência das marés

Debato-me com pensamentos incoerentes
Sou alma dilacerada, pela espera
Restam as sombras das lágrimas

Sou brado silencioso
Alma exilada
...Palavras vazias

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