segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Despertar no teu respirar

(Coquinne)

Despertei...

Com o latejar da alma...
(acusando o cansaço)

Visto-me de alvoroços...
(num pulsar furioso)


Sou caminhante errante... solitária
No deserto estéril...

Onde deixo as minhas pegadas

Como testemunho da minha passagem
O vento apagará inexorável
...num vértice meu rasto


Sorrio lágrimas insípidas
Choro sorrisos...

(confundidos com lágrimas sólidas)
Resta um corpo desnudo de sentires


Apenas quero

...calar o silêncio

....gritar o sussurro
(que tarda em chegar)...


(Coquin)

Absorto no penoso esvair do tempo, enumero

as gotículas de chuva que sibilam lá fora...


Prolongo os meus braços na extensão deste vazio

que escorre na imensidão dos trilhos do deserto
suspirando por teu esbelto torso, nestas mãos

cravadas pelos pungentes grilhões, alcançar…

Acolher-Te na ternura deste leito que anseia
abraçar essa alvura resplandecente que emana

sublime das feições suaves desse esbelto rosto…


Assim ficar imersos no melodioso trago dos
compassos do tempo dos amantes enlaçados

no filamento puro do envolvente respirar...

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